sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Precariacções 21

Editorial

O governo não tem dado tréguas no ataque que tem feito aos trabalhadores e Cavaco Silva, sempre apoiante desta política de austeridade do governo, promulga tudo o que lhe chega às mãos. Desta vez, com a desculpa de tornar os serviços públicos mais eficientes, aumentaram cinco horas semanais ao horário dos trabalhadores da função pública. Muitos trabalhadores do sector privado acham esta medida positiva baseados na injustiça que vêem entre os direitos e regalias dos trabalhadores do público e do privado. É verdade que existem essas diferenças. Reflictamos um pouco sobre essa questão. Em primeiro lugar os direitos que os trabalhadores do público têm não são nada a que todos os trabalhadores não devessem ter direito. E em segundo lugar as regalias de que tanto se fala são muitas vezes direitos básicos necessários a todos ( como a assistência médica). Além disto é negativo para qualquer trabalhador, seja ele do público ou do privado, que o critério para igualar as suas condições seja descer as dos que estão um bocadinho melhor. Pelo contrário, o critério deve ser exactamente o oposto, isto é, subir as condições dos menos favorecidos. É normal que governo, os empresários e os meios de comunicação social, estejam sempre a martelar na cabeça das pessoas esta divisão artificial entre trabalhadores do público e do privado pois, afinal de contas, nada melhor para eles do que ter os trabalhadores divididos, a discutir quem tem mais e quem tem menos enquanto que eles se riem à custa do que tiram a todos. Contra a austeridade e o roubo sistemático deste governo os trabalhadores do privado e do público têm de estar lado a lado contra quem os saqueia. Ou não é do interesse de todos que este governo e a sua política caiam? Não esqueçamos também que a redução de direitos aos trabalhadores do público é um primeiro passo para retirar direitos aos do privado. Afinal foi isso mesmo que aconteceu com a questão dos subsídios de férias e natal.