segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Precariacções 23

Editorial

Pelo fim da violência contra as mulheres

O senso comum diz-nos que a violência contra a mulher é tão só e apenas contra a mulher, ou até de forma mais restringida, contra apenas algumas mulheres, aquelas que a sofrem. Nada poderia estar mais longe da verdade. Mais do que qualquer problema individual, de um casal ou mesmo do conjunto das mulheres, este é um problema de toda uma sociedade cuja degeneração tem expressões como esta. A violência contra as mulheres não consiste apenas a degradação da mulher mas na degradação do ser humano, diminui-o e inegavelmente é um problema de todos os homens e mulheres resolve-lo. Metade da humanidade estar na posição de potencial vítima define a sociedade em que vivemos, fractura-a, cria obstáculos a metade da população para lutarem pelos seus direitos como mulheres mas também pelos seus direitos como trabalhadoras.  A violência contra as mulheres subjuga e oprime todos os trabalhadores, homens e mulheres, pois divide-os na luta contra a austeridade do Governo e da Troika.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Precariacções 22

 Editorial

No passado dia 29 de Setembro o país foi a votos e, independentemente de resultados locais e particulares, a grande conclusão geral e nacional que se tira é a de que o governo e as suas políticas de austeridade e cortes nos direitos de quem trabalha saem derrotadas. A população foi às urnas mostrar um cartão vermelho ao Governo tal como já o tinha feito nas enormes manifestações nacionais que têm acontecido em que participam centenas de milhares de pessoas. Acabadas as autárquicas, olhemos para a situação no nosso país: entre o quarto trimestre de 2010 e o primeiro trimestre de 2013, a economia portuguesa mergulhou num processo contínuo de destruição. São dez trimestres consecutivos em contracção naquilo que foi uma queda de cerca de 7,2% do PIB (- 3.000 milhões de euros) e um aumento do desemprego de 11,1% para 17,7% (+ 333 mil desempregados). Em termos absolutos, no primeiro trimestre deste ano, regressámos ao nível de riqueza do ano 2000 e alcançámos uma taxa de desemprego nunca antes registada. Quanto aos juros da dívida pública a 10 anos, estes voltaram a ultrapassar a barreira que, em Abril de 2011, levou o Governo PS a abrir portas à intervenção da Troika – acima dos 7%. Apesar deste cenário, nenhuma acção foi tomada, por este Governo, para que a crise seja resolvida. A nossa estrutura produtiva continua débil e dependente. Apenas importamos menos porque o nosso rendimento sofreu fortes diminuições. Nos primeiros seis meses do ano, a dívida pública continuou a aumentar, tendo atingido os insustentáveis 130,9% do PIB . Como se não bastasse, até 2015, será imposto um corte na despesa pública na ordem dos 4.800 milhões de euros. Este Governo declarou uma guerra social e económica a quem trabalha em detrimento dos  seus “amigos” como é o caso de Oliveira e Costa do caso BPN. É preciso que o golpe que o Governo sofreu nas eleições autárquicas se materialize nas ruas, e isso começa já com as manifestações de dia 19 de Outubro da CGTP-IN e de dia 26  Outubro do movimento “Que se Lixe a Troika”. Vamos para a rua correr com  Coelho e Portas.