quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Precariacções 22

 Editorial

No passado dia 29 de Setembro o país foi a votos e, independentemente de resultados locais e particulares, a grande conclusão geral e nacional que se tira é a de que o governo e as suas políticas de austeridade e cortes nos direitos de quem trabalha saem derrotadas. A população foi às urnas mostrar um cartão vermelho ao Governo tal como já o tinha feito nas enormes manifestações nacionais que têm acontecido em que participam centenas de milhares de pessoas. Acabadas as autárquicas, olhemos para a situação no nosso país: entre o quarto trimestre de 2010 e o primeiro trimestre de 2013, a economia portuguesa mergulhou num processo contínuo de destruição. São dez trimestres consecutivos em contracção naquilo que foi uma queda de cerca de 7,2% do PIB (- 3.000 milhões de euros) e um aumento do desemprego de 11,1% para 17,7% (+ 333 mil desempregados). Em termos absolutos, no primeiro trimestre deste ano, regressámos ao nível de riqueza do ano 2000 e alcançámos uma taxa de desemprego nunca antes registada. Quanto aos juros da dívida pública a 10 anos, estes voltaram a ultrapassar a barreira que, em Abril de 2011, levou o Governo PS a abrir portas à intervenção da Troika – acima dos 7%. Apesar deste cenário, nenhuma acção foi tomada, por este Governo, para que a crise seja resolvida. A nossa estrutura produtiva continua débil e dependente. Apenas importamos menos porque o nosso rendimento sofreu fortes diminuições. Nos primeiros seis meses do ano, a dívida pública continuou a aumentar, tendo atingido os insustentáveis 130,9% do PIB . Como se não bastasse, até 2015, será imposto um corte na despesa pública na ordem dos 4.800 milhões de euros. Este Governo declarou uma guerra social e económica a quem trabalha em detrimento dos  seus “amigos” como é o caso de Oliveira e Costa do caso BPN. É preciso que o golpe que o Governo sofreu nas eleições autárquicas se materialize nas ruas, e isso começa já com as manifestações de dia 19 de Outubro da CGTP-IN e de dia 26  Outubro do movimento “Que se Lixe a Troika”. Vamos para a rua correr com  Coelho e Portas.

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