sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Precariacções 16


Não trabalhamos no Natal!

À semelhança da comunicação sobre o facto de ser "obrigatório" (que não é) trabalhar depois das 20h caso haja chamadas em espera, há pouco tempo tivemos uma outra comunicação cobarde, injusta e esclarecedora de que quem gere este call-center está a marimbar-se para nós e para as nossas vidas - este ano temos de trabalhar no Natal!

Ora, todos nós somos pais ou somos filhos de alguém, gostamos de passar o Natal com a família, mas mesmo que assim não fosse, Natal não se trabalha. 

Caros colegas, já devem ter reparado que este tema está a suscitar muita agitação cá dentro e como todos sabem disso, decidiram aliciar-nos com presentes surpresa, com doces de Natal na copa e com um vale de 25 euros. Pois não nos iludamos, se continuarmos a ceder a todas as exigências que vão surgindo, para o ano trabalharemos outra vez no Natal mas sem estes trocos que nos querem dar este ano. É apenas um pretexto para baixarem as nossas condições de trabalho e a nossa capacidade reivindicativa para no futuro exigirem ainda mais a troco de nada.

Está na hora de dizer basta, está na hora de dizer NÃO, está na hora de mostrarmos que sem nós advisors, não há dinheiro para a Apple, nem para IBM nem para Adecco/Randstad. Está na hora de percebermos que somos uma peça fundamental neste jogo e que se ninguém vier trabalhar no Natal isto não abre, e mais, ninguém estaria a cometer crime nenhum como alguns fazem passar.

Exigem cada vez mais e dão cada vez menos. E não é com uns doces que nos vão enganar!

Nem com doces nem com falsas preocupações de chamar uma psicóloga para gerir o stress no trabalho. Chamar uma psicóloga para falar com uma meia dúzia de advisors cerca de 45 min é gerir o quê? O stress aqui dentro é cada vez maior e cada vez menos se importam com isso. Até para quem quer que isto seja um call center de qualidade não percebe que trabalhadores com um nível de stress elevado (há várias pessoas de baixa neste momento exactamente por isso) não ajuda à concretização de resultados.

Não trabalhamos no Natal porque é nosso direito não fazê-lo, não trabalhamos no Natal porque é injusto, não trabalhamos no Natal porque não é com migalhas que nos enganam!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Precariacções 15


Sai à rua e derruba a auteridade

No passado dia 15 de Outubro foi apresentado o Orçamento de Estado (OE) para 2013. Este Orçamento é a continuação da guerra que este Governo decretou ao povo. Sobrecarrega as famílias com impostos, diminui as reformas, corta nos subsídios de desemprego e doença e despedirá metade dos funcionários públicos contratados até ao fim do ano. Ao mesmo tempo que se ia conhecendo o rol interminável das medidas de austeridade, milhares de pessoas cercavam o Parlamento gritando palavras-de-ordem contra o Governo e as suas políticas. “Mais austeridade? Mais sacrifícios? Para quê?”, são as perguntas lógicas e razoáveis de quem está farto de pagar com os seus rendimentos uma dívida que não contraiu. Cabe-nos a nós chumbar este OE. É imprescindível continuarmos a sair de casa, a encher as praças do país como fizemos no dia 15 de Setembro. Foi no dia 15 de Setembro que derrubamos a alteração da TSU e tem de ser na rua que temos de derrubar o aumento do IRS e todas as outras medidas de austeridade. Só a luta pode derrubar este Governo e travar estas políticas para podermos sair desta crise e vivermos condignamente. A Greve Geral de dia 14 de Novembro é mais uma etapa da luta do povo contra as políticas da Troika e do Governo. Precisamos de uma greve forte, preparada atempadamente nas empresas através de plenários e que tenha a força para paralisar o país e varrer com a Troika e Passos&Portas. Só uma ampla unidade à esquerda de todos os sectores anti – troika, no parlamento e nas ruas, terá a força necessária para parar este roubo!

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Precariacções 14


Greve Geral Já!

O povo fez história mais uma vez. A manifestação de 15 de Setembro foi, provavelmente, a maior manifestação desde o 1º de Maio de 1974. A diminuição da TSU para os patrões e o aumento de 60% no desconto dos trabalhadores do privado e do público fez o povo transbordar de ira. As vozes de descontentamento e as palavras-de-ordem ecoaram em mais de 40 cidades. Foi visível e inequívoca a indignação dos trabalhadores, fartos de serem espoliados para pagar uma dívida que não foi contraída por eles, e dos reformados que depois de uma vida de trabalho vêem as suas reformas a serem saqueadas pela Troika e Passos&Portas. Ao lado de reformados, pensionistas, desempregados, trabalhadores do público e privado também estiveram jovens. Jovens cansados de terem o futuro amputado por um vínculo precário, onde a sombra do desemprego os persegue e não lhes permite, tão-pouco, sonhar com uma vida digna. Esta manifestação foi a resposta do povo às políticas de direita, foi a resposta cabal de quem não tem que pagar os submarinos do Portas, o roubo do BPN, os estádios do Euro, e as PPP´s de Sócrates. Perante resposta tão maciça, o governo foi obrigado a recuar nesta medida, estando a conjecturar que outra forma usará para nos voltar a roubar. A maré popular que inundou as ruas não se deixa iludir, sabe que este governo tem de cair. É fundamental continuar as mobilizações e apelar às centrais sindicais que convoquem uma grande greve geral que derrube o governo. Está na hora de construir um futuro sem a Troika e sem a direita, é necessário que os partidos de esquerda anti-troika construam uma unidade de esquerda para fortalecer as lutas e forjar um governo de esquerda que suspenda o pagamento desta dívida para poder haver recursos para retomar a economia e dar uma vida digna ao povo. 

sábado, 29 de setembro de 2012

Para os que não estão a par

Aqui fica o link onde está o código de trabalho em vigor em Portugal.

http://dre.pt/pdf1s/2009/02/03000/0092601029.pdf

E esta é a folha mensal do sindicato que representa, de alguma forma, trabalhadores de call centers.

SINTAAV - 7 
Setembro 2012 
GERAL 
A 3ª ALTERAÇÃO DO CÓDIGO DO TRABALHO PRETENDE  
POBRES MAIS POBRES, RICOS MAIS RICOS 

CORTAR 50% NA RETRIBUIÇÃO DO TRABALHO SUPLEMENTAR E ACABAR COM O DESCANSO 
COMPENSATÓRIO EM DIA DE SEMANA E DIA DE DESCANSO COMPLEMENTAR AOS 
TRABALHADORES, PARA ENRIQUECER MAIS OS DONOS DAS EMPRESAS. 

A RESPOSTA SINDICAL TEM QUE SER ATRAVÉS DA LUTA 

SINTTAV METEU PRÉ-AVISO DE GREVE AO TRABALHO SUPLEMENTAR 
PARA A GENERALIDADE DAS EMPRESAS QUE REPRESENTA SINDICALMENTE. 

O CÓDIGO DO TRABALHO NÃO OBRIGA A ALTERAR A PRÁTICA UTILIZADA  
O Presidente da República promulgou as recentes alterações ao Código do Trabalho da autoria 
do governo PSD/CDS, na sequência do cambalacho forjado pelo governo/patrões/ugt/troika, para 
enriquecer mais os ricos e empobrecer mais quem trabalha. 
Embora estas alterações, tenham como objectivo tornar cada vez mais barato o preço do factor 
trabalho, não obrigam nenhum patrão a suspender os direitos consagrados nos Instrumentos de 
Contratação Colectiva ou através da prática onde estes não existem. 
PATRÕES “MAIS PAPISTAS QUE O PAPA”. Confirma-se que a generalidade dos patrões 
“esfregou as mãos de contentes” com as recentes alterações do Código do Trabalho e a partir de 
1 de Agosto, data de entrada em vigor da última alteração deste, passaram a reduzir em 50% o 
pagamento da retribuição do trabalho suplementar e eliminar o descanso compensatório gerado 
pelo trabalho suplementar prestado em dia de semana, em dia de descanso complementar ou 
em feriado (mantêm-se unicamente o descanso compensatório em dia de descanso obrigatório). 
ALEGADA IMPERATIVIDADE, PERMITE MANTER O PAGAMENTO TAL COMO ESTÁ 
DEFINIDO NOS IRCTs ou na PRÁTICA. A alegada imperatividade do Código do Trabalho, não 
impede que as Empresas mantenham em vigor as regras constantes nos AE/ACT, ou onde estes 
não existem que continuem a aplicar o que vinha sendo a prática normal nestas no que se refere 
ao pagamento da retribuição do trabalho suplementar. 

A RESPOSTA É A LUTA. Neste contexto que vivemos, em que as empresas, procuram explorar 
ao máximo quem trabalha, sem olhar a meios para atingir fins, a resposta tem que ser a LUTA. 
PRÉ-AVISO DE GREVE AO TRABALHO SUPLEMENTAR. O SINTTAV, na sua última reunião da 
Comissão Executiva, realizada nos dias 17 e 18 de Setembro, decidiu responder a mais este 
ataque aos direitos dos trabalhadores e por isso meteu um Pré-aviso de Greve ao Trabalho 
Suplementar, para vigorar de 3 a 31 de Outubro, podendo ser prorrogável mensalmente até 
que tal se justifique. Desta forma, dá-se possibilidade aos trabalhadores que não estejam 
dispostos a ser espoliados dos seus direitos, de recusar o trabalho suplementar enquanto as 
Empresas não o pagarem de acordo com a prática vigente até 31 de Julho. 
NA PRÁTICA, ESTÁ A VALER TUDO PARA EXPOLIAR OS TRABALHADORES. Na reunião da 
Comissão Executiva do SINTTAV, foi analisado e discutido um conjunto grande de situações em 
que, pela parte dos patrões já vale de tudo, porque além da redução de 50% na retribuição do 
pagamento do Trabalho Suplementar, o “roubo” nos direitos dos trabalhadores verifica-se em 
várias outras componentes como seja subsídio de férias e de Natal, trabalho suplementar 
realizado sem ser pago, alteração abusiva dos horários de trabalho, entre outras situações. 
O patronato encorajado pelo seu “governo de estimação”, pensa que pode fazer tudo o que 
quer, como se já não existisse legislação, como se Portugal fosse uma qualquer “República de 
Bananas” ou como se estivéssemos no tempo da “outra senhora”. 
Por este caminho, um qualquer dia não muito distante, o “patronato” ainda vai querer que os 
trabalhadores trabalhem de “borla” e se possível ainda lhe paguem algum do já magro salário. 
Por isso o caminho tem que ser inevitavelmente o da “Luta sem tréguas” e foi neste contexto que 
o SINTTAV decidiu meter o Pré-Aviso de Greve ao Trabalho Suplementar e se necessário, outras 
formas de luta e decidirão.   
TRABALHADOR
Não deves aceitar trabalhar cada vez mais e ganhar cada vez menos; 
Luta e resiste; 
Recusa fazer trabalho suplementar e receber menos 50%; 
Não permitas que te “roubem” os teus direitos. 

Nota. Nos termos da lei o trabalhador não é obrigado a informar previamente o seu superior 
hierárquico se pretende aderir à greve. Esta observação é pertinente porquanto é hábito as 
chefias abordarem os trabalhadores para tal efeito. 
Lisboa, 25 de Setembro de 2012  
SEMEAR IDEIAS, PARA GERAR CONSCIÊNCIAS, É DEVER SINDICAL  
SINTTAV, O SINDICATO QUE TE DEFENDE. SINDICALIZA-TE NO SINTTAV. 
Cons ul t e  a nos s a pági na e m www. s i nt t av. or g 



sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Noticias ao Minuto - Trabalhadores da Apple ameaçam com greve no lançamento do iPhone 5

Noticias ao Minuto - Trabalhadores da Apple ameaçam com greve no lançamento do iPhone 5

Parte dos trabalhadores da Apple em França podem não estar ao serviço no dia do lançamento do novo iPhone. Um dos sindicatos minoritários convocou uma greve para sexta-feira. Este representante diz que é a expressão de 25% dos trabalhadores das lojas da Apple em França.


O sindicato defende a criação de um 13º mês e o pagamento de senhas de refeições. As negociações só terminaram nesta quinta-feira, mas sem nenhum acordo. "As propostas são insuficientes e não foi assinado nenhum acordo", garantiu um dos sindicalistas à France Press.
Como forma de luta, este sindicato apelou à greve sexta-feira, dia em que chega o novo iPhone a França, para além de estar a mobilizar os funcionários para concentrações em frente às lojas a partir das 8h da manhã. Em Portugal, o iPhone 5 chega apenas no dia 28 deste mês, mas a pré-encomenda pode ser feita online a partir de sexta-feira na TMN.

domingo, 16 de setembro de 2012

BRAGA: Que se lixe a Troika! Nós queremos a nossa vida.

Gritamos bem alto que estamos fartos.
Não nos podemos calar até que nos ouçam.
A luta continua.
Próximo sábado nova manifestação.

http://www.facebook.com/events/193208664146461/197255367075124/?notif_t=plan_mall_activity




terça-feira, 11 de setembro de 2012

Editorial do Precariacções 13

A crise não vai de férias

Em Portugal faliram, desde o inicio do ano até Junho, 2698 empresas, o que significa um aumento de 48% face ao anterior período. Esta é uma das faces da destruição que este governo tem levado a cabo na economia portuguesa. Mas este não é um fenómeno isolado, os governos de Portugal, Espanha, Itália, Grécia têm sistematicamente devastado as economias dos seus próprios países com consequências sociais que todos sentimos na pele e com tendência a piorar. O facto é que independentemente do país, do partido que governe e das capacidades das pessoas que os encabecem, o resultado é sempre o mesmo. Porque? Porque as medidas são sempre as mesmas. Corte nos salários, apoios sociais,serviços públicos, privatizações de empresas centrais do estado e e endividamento do estado pelos apoios dado às instituições bancárias. Estas medidas de cortar em quem trabalha para dar aos bancos criam como é óbvio desemprego generalizado e aumento da pobreza bem como a injecção de capital por parte do governo na Banca faz com que haja  um aumento brutal na divida pública. No fim de contas tiram a quem trabalha para atirar ao buraco do sistema financeiro. Alguns podem perguntar porque um governo destrói de forma sistemática, a economia do seu próprio país, ou mesmo porque é que os governos dos países periféricos da Europa têm todos levado a cabo este programa. Mais uma vez os factos mostram o que realmente se passa. Todo o dinheiro que se retira aos trabalhadores destes países através dos cortes é canalizado para a banca alemã e francesa através da dívida, permitindo que os lucros fabulosos se façam à custa dos povos dos países periféricos. Hoje a dívida estrangula a nossa economia, gasta-se mais na dívida do que na saúde e na educação. Temos de parar este roubo descarado e para que isso aconteça é preciso  suspender imediatamente o pagamento da dívida e fazer uma auditoria que esclareça quanto se deve e a quem se deve. 

Nâo pode ser quem trabalha a pagar uma dívida que não contraiu.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Editorial do Precariações 12

Oh Relvas, oh relvas, trapalhada à vista

Miguel Relvas, ministro-adjunto e braço direito de Passos Coelho nas políticas de austeridade que têm destruído a economia portuguesa, tem estado em destaque nos últimos tempos quer pela sua conduta como governante, quer pelo seu, suposto, passado académico. Este senhor que recentemente esteve envolvido no caso das “secretas”, suspeito de ter instrumentalizado os serviços secretos e ameaçado jornalistas, tirou a sua licenciatura apenas num ano, beneficiando de 34 equivalências. Passos Coelho que tanto se bateu contra as “Novas Oportunidades”, por estas serem uma “credenciação à ignorância” tem como braço direito alguém que tirou a sua licenciatura em apenas um ano. No meio destas trapalhadas, o Tribunal Constitucional (TC) declara inconstitucional os cortes de subsídios aos funcionários públicos por estes violarem o princípio de igualdade. Ou seja, com esta decisão, o TC dá a oportunidade ao Governo para alargar estes cortes ao sector privado. Como se não bastasse esta mãozinha à camarilha do governo PSD/CDS, o TC determina que, apesar de inconstitucionais, os cortes prevalecem este ano. Clarificando: são inconstitucionais mas o acordo com a Troika e os interesses da banca prevalecem sobre a constituição. O TC com esta posição demonstrou, inequivocamente, que a justiça que temos só serve para proteger os ricos e poderosos. O Povo, que alguns querem sereno, está farto! Demonstra-o sempre que pode, vaiando Passos Coelho e os seus ministros nas suas passeatas pelo país que vendeu à Troika. No nosso distrito, em Braga, Passos Coelho conseguiu recentemente escapar à ira popular, entrando na Bosch por uma porta lateral e fugindo do centro da cidade com manobras de evasão. Passos Coelho tem medo, conhece a história, sabe como caem estes governos: na rua. É necessário limpar esta bandalha que nos governa, criar uma unidade de esquerda, alicerçada num programa que rompa com a austeridade, suspenda o pagamento desta dívida que só serve a banca, e retome a economia para devolver a vida digna ao povo. 

Editorial do Precariações 11

Fartos de submissão! 

Passado mais de um ano após a ocupação da Troika, a soberania do povo português desvaneceu-se no memorando dos agressores. Passos e a sua corja, fiéis súbditos da Troika, receberam mais uma vez os senhores que têm levado a cabo uma guerra contra o povo grego, irlandês e português. A Troika mostrou-se satisfeita com o desempenho do Governo, o que não é de estranhar. Passos e Portas vão esmifrando a economia portuguesa e os resultados destas políticas não deixam margem para dúvidas. Vejamos: salários cada vez mais escassos, reformas mais curtas, empregos mais precários, contas da água, eletricidade e gás mais avultadas, serviços públicos mais caros e deteriorados. Todas estas medidas podem dar o prémio de melhor aluno da Troika a Passos Coelho, mas não se traduzirão na retoma económica necessária. A Troika, não suficientemente satisfeita, pediu ao Governo que este flexibilize (ainda mais?) o mercado laboral. A flexibilização laboral, termo tão querido da direita e patronato, é a ferramenta utilizada para reduzir os custos laborais, traduzindo-se em despedimentos mais fáceis e baratos. O FMI deixou em aberto a possibilidade de um novo resgate à banca, sabendo-se de antemão quem vai, mais uma vez, pagar esta ajuda aos banqueiros: o povo. Nem Sá Carneiro, antigo líder histórico do PSD, tinha ousado tanto. Hoje a direita, para além de uma maioria e um presidente, tem a Troika como poderoso exército aliado. O velho sonho da direita torna-se o mais turbulento pesadelo do povo português. O caminho da austeridade não é uma inevitabilidade! É necessário construir uma plataforma de luta que congregue toda a esquerda anti-troika e que prepare uma alternativa governativa que tenha como principal eixo a suspensão do pagamento da dívida e a realização de uma auditoria para julgar quem endividou o país.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Editorial do Precariações 10

Euro-Austeridade

As recentes alterações ao código do trabalho são o continuar de uma guerra social que os Governos PS e PSD/CDS declararam aos trabalhadores portugueses. Esta ofensiva constante sobre os direitos de quem trabalha e sobre os mais desfavorecidos corresponde àquilo que a troika ditou para o nosso país e tem como principais consequências o empobrecimento generalizado e o aumento galopante do desemprego. A austeridade é usada um pouco por toda a Europa como receita para a crise apesar de ao olhar atentamente para a Grécia, tal como cá, ser flagrante o flagelo provocado por estas medidas que, além de não criarem emprego, aumentam o número de desempregados já existente. É devido à miséria crescente em que a austeridade afunda as populações que a esquerda anti troika começa a ter alguma expressão em alguns países europeus como a Grécia e a França. As eleições legislativas realizadas no dia 6 de Maio na Grécia foram um verdadeiro terremoto político e deitaram abaixo a coligação entre a direita (Nova Democracia) e a social-democracia tradicional (Partido Socialista Pan Helênico - Pasok) que se revezaram no poder nos últimos anos e ultimamente governavam juntos o país como fiadores das medidas de austeridade impostas pela União Europeia e FMI. No caso Francês assistimos, tal como na Grécia, ao repúdio por parte da população a quem tem governado os seus países aplicando planos de austeridade e a um crescer de sectores que se posicionam contra a troika como é o caso do candidato Jean Luc Mèlenchon. É à escala europeia que esta guerra social é feita contra os povos e é também a nível europeu que uma resposta tem de ser dada pela juventude, trabalhadores, reformados e desempregados por essa continente fora, para de uma vez por todas se possa quebrar o ciclo de austeridade que gera mais desemprego, mais pobreza, mais miséria e ainda mais austeridade

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Editorial do Precariacçoes 9

O que aí vem ...

Já estamos fartos de ouvir falar de austeridade, cortes e crise. O Governo mente-nos descaradamente todos os dias para nos fazer crer que com estas medidas que representam a maior perda de qualidade de vida dos últimos 50 anos, o país vai recuperar. Mente ainda quando diz que o pior já passou e que Portugal já está próximo do fim desta crise. A verdade é que o Governo anda a privatizar os transportes, água, educação e saúde para continuar a engordar os bancos e grandes empresas. Temos, ainda, o pagamento da dívida publica que, ao contrario do que também dizem, não é consequência de termos vivido acima das nossas possibilidades, mas sim por causa do buraco das parcerias público privadas e por a banca ter transferido as suas dívidas para o Estado quando este injectou rios de dinheiro nos bancos para tapar as suas falcatruas. Toda esta dívida é obscura e mal explicada e apenas duas coisas sobre ela são certas: 1- não foi o povo trabalhador que criou esta dívida mas sim aqueles que agora estão a lucrar com ela. 2- quem a paga somos nós com a perda de qualidade de vida e aumento generalizado de desemprego, pobreza, fome e miséria. Esta tendência veio para ficar, os sinais que vêm de outros países não é animador, a Espanha está cada vez mais próxima de pedir ajuda externa, a Grécia está cada vez mais próxima do default (a falência do país). A tendência dos países periféricos é piorar, a austeridade vai trazer ainda mais recessão  enquanto o Governo e a oposição tomam um papel de total submissão a uma dívida injusta e imoral e a uma União Europeia que não é dos povos mas sim do grande capital Alemão e Francês. 
É urgente a suspensão imediata do pagamento da dívida para que se possa usar o dinheiro para criar emprego e ter serviços públicos acessíveis e de qualidade.

Auditoria à dívida para se ver realmente quem deve e quanto.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Editorial do precariacções 8

Contra o roubo, todos à Greve Geral!
Cavaco Silva e Passos Coelho são hoje os rostos de uma política sem futuro, onde a única linha de conduta  é o saque  generalizado ao povo. A subserviência  destes aos planos de austeridade engendrados pela troika,  que deixam o nosso país naufragado em  recessão, desemprego e miséria  torna-os, aos olhos da troika, excelentes alunos para desempenharem a  grande tarefa dos poderosos: serem os pobres e os trabalhadores a suportarem esta crise.  Cavaco Silva, confesso adepto do plano de austeridade da Troika/PSD/CDS , brindou-nos recentemente com o seu irresistível sentido de humor, dizendo   que com os cortes que foi vítima “não vai chegar para pagar as minhas despesas”. Cavaco Silva que aufere anualmente 146 mil euros de pensões, não deve conhecer a realidade do seu próprio país. Em Portugal o  valor médio das pensões é 400 euros, para Cavaco Silva, licenciado em economia, não será necessário recorrer à calculadora para perceber que aufere 25 vezes mais que a maioria dos pensionistas. O Presidente da República, um dos obreiros do caixão onde quer encarcerar o povo, esquece-se que hoje há  2 milhões de pessoas a viver abaixo do limiar da pobreza, esquece-se que o desemprego atinge 14% da população e um em cada 3 jovens não tem oportunidade no mercado de trabalho. Para não ficar atrás destas declarações, Passos Coelho  aconselhou o povo a não ser piegas, porque só assim , segundo este, conseguiremos sair da crise. Para Passos Coelho, que não vive com os  nossos salários míseros, que não precisa de ficar horas num hospital para ser atendido e que não precisa de emigrar para  sustentar a sua família, é fácil viver. Mas na verdade Passos Coelho sabe que o povo não é piegas. É por isso que treme, é por isso que pede serenidade e  sacrifícios, porque sabe que a mesma força que nos permite criar riqueza é a mesma força que pode derrubar este governo e mandar os senhores da Troika para casa sem grandes cordialidades. 
Por todas estas razões, no dia 22 de Março façamos uma grande Greve Geral!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Editorial do precariacções 7

Vamos travar este roubo!


Ainda as garrafas de champanhe da passagem de ano não tinham chegado ao fim e este Governo já nos brindava com novos cortes, sempre com a velha e falaciosa justificação da dívida e da necessidade de “acalmar os mercados”. Entramos em 2012 e as facturas da luz, electricidade e gás a engordarem absorvendo parte substancial dos nossos rendimentos que, por si só, este ano já foram reduzidos com o corte do subsídio de natal e de férias para milhares de trabalhadores. Como se não bastasse a carestia de vida e a redução salarial, assistimos também à destruição do estado social. Na saúde, os serviços prestados à população são cada vez mais insuficientes devido à falta de profissionais em hospitais e centros de saúde. Para além disso, para ter acesso a estes cuidados elementares vão-nos ao bolso. As “taxas moderadoras” criadas pela governação PS, foram duplicadas, tornando-se manifestamente difícil para muitos de nós ter acesso a estes cuidados. Não suficientemente satisfeitos, o patronato e o Governo, desejosos por recuperar desta crise à custa do povo, alteram radicalmente o código de trabalho. Este acordo entre os patrões, Governo e UGT, chamado de concertação social, é uma declaração de guerra aos direitos dos trabalhadores: redução do número de férias, horas extras pagas a metade, o despedimento torna-se simples e as indemnizações irrisórias. Esta alteração do código de trabalho é o mais violento ataque a que fomos sujeitos desde o 25 de Abril. Era um velho anseio do patronato pagar menos por mais trabalho e despedir mais por menos, tudo com a justificação da “competitividade” e “produtividade”. A manifestação do dia 21 de Janeiro, convocada pelo movimento 15O, é a primeira resposta às políticas de austeridade no ano 2012. Sabemos que para invertermos estas políticas serão necessárias mais mobilizações e paralisações gerais. Os ataques dos vários Governos dos países da União Europeia aos seus povos obrigam-nos a dar uma resposta conjunta às políticas neo-liberais. É importante preparar uma greve geral europeia para demonstrarmos que o povo europeu está farto de ser massacrado com estas políticas. 
Vamos à luta!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Editorial PrecariAcções 6

É preciso uma alternativa

Após a manifestação de 15 de Outubro, a Greve Geral foi a segunda grande demonstração de força por parte dos trabalhadores na resistência à política de austeridade de Passos Coelho/Portas a mando da Troika. Esta greve ficou marcada por uma forte adesão no sector dos transportes, função pública e nas principais empresas privadas. Apesar disto, esta greve teria tido outra força se a CGTP utilizasse todos os seus recursos na sua preparação. Vejamos, a greve fica marcada sem que tenham sido feitos qualquer tipo de plenários preparatórios com os trabalhadores para se discutir as formas de luta e o seu seguimento. Na maior parte dos casos foi feito um plenário para informar da greve ou mesmo nenhum, ficando os trabalhadores afastados da sua construção, bem como das suas direcções que, teoricamente, os representam. Mas será que ainda os representam? A existência desta greve geral não se deveu à prática combativa da CGTP mas à necessidade de responder a um fenómeno que não controla - os novos movimentos sociais conhecidos como ¿Indignados¿ que, sem controlo partidário ou sindical, conseguiram durante este ano colocar milhares de pessoas na rua por duas vezes, uma delas fazendo cair o governo Sócrates e da outra arrastando a CGTP para uma greve que não pretendia. Recordemos que ela foi marcada 3 dias após a realização da assembleia de indignados de Lisboa onde o povo exigiu a marcação deuma Greve Geral. Para além da CGTP, os partidos que deveriam representar os trabalhadores, nomeadamente o BE e o PCP, surgem como defensores do pagamento da dívida através da maquilhagem da renegociação. É necessário suspender o pagamento da dívida contraída pela burguesia, taxar os seus rendimentos, nacionalizar a banca e sectores estratégicos da economia e criar uma política de emprego e de estimulo à produção para poder haver dinheiro para salários, saúde e educação e não para pagar uma dívida que não foi o povo a contrair.

Face à falência das actuais direcções dos partidos da esquerda e dos sindicatos tradicionais, urge a construção de alternativas no plano político e sindical. Que estas alternativas sejam dos trabalhadores, que lutem pelos trabalhadores e que tenham os métodos democráticos dos trabalhadores.