terça-feira, 31 de julho de 2012

Editorial do Precariações 11

Fartos de submissão! 

Passado mais de um ano após a ocupação da Troika, a soberania do povo português desvaneceu-se no memorando dos agressores. Passos e a sua corja, fiéis súbditos da Troika, receberam mais uma vez os senhores que têm levado a cabo uma guerra contra o povo grego, irlandês e português. A Troika mostrou-se satisfeita com o desempenho do Governo, o que não é de estranhar. Passos e Portas vão esmifrando a economia portuguesa e os resultados destas políticas não deixam margem para dúvidas. Vejamos: salários cada vez mais escassos, reformas mais curtas, empregos mais precários, contas da água, eletricidade e gás mais avultadas, serviços públicos mais caros e deteriorados. Todas estas medidas podem dar o prémio de melhor aluno da Troika a Passos Coelho, mas não se traduzirão na retoma económica necessária. A Troika, não suficientemente satisfeita, pediu ao Governo que este flexibilize (ainda mais?) o mercado laboral. A flexibilização laboral, termo tão querido da direita e patronato, é a ferramenta utilizada para reduzir os custos laborais, traduzindo-se em despedimentos mais fáceis e baratos. O FMI deixou em aberto a possibilidade de um novo resgate à banca, sabendo-se de antemão quem vai, mais uma vez, pagar esta ajuda aos banqueiros: o povo. Nem Sá Carneiro, antigo líder histórico do PSD, tinha ousado tanto. Hoje a direita, para além de uma maioria e um presidente, tem a Troika como poderoso exército aliado. O velho sonho da direita torna-se o mais turbulento pesadelo do povo português. O caminho da austeridade não é uma inevitabilidade! É necessário construir uma plataforma de luta que congregue toda a esquerda anti-troika e que prepare uma alternativa governativa que tenha como principal eixo a suspensão do pagamento da dívida e a realização de uma auditoria para julgar quem endividou o país.

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